O mercantilismo consistiu em uma série de medidas e práticas econômicas adotadas por diversos chefes de Estado, é marcado, sobretudo, pela intervenção do Estado na economia. Durante aproximadamente três séculos foi a prática econômica principal adotada pelos países europeus, seu principal objetivo era obter a maior quantidade de metais preciosos (ouro e prata) para o Tesouro Nacional. Pretendia-se fortalecer dessa forma o Estado diante das outras nações.
Naquela época, havia o pensamento de que a riqueza das nações estava na quantidade metais preciosos que tinha acumulado.
"Um país rico, tal como um homem rico, deve ser um país com muito dinheiro e juntar ouro e prata num país deve ser a forma mais fácil de enriquecer." (Citado por A. Smith, em Causa da riqueza das nações.)
Por sinal, o principal objetivo de portugueses e espanhóis no continente americano no século XVI era descobrir fontes de ouro e prata. Mas, como aconteceu na América, nem sempre era possível achar fontes diretas para abastecimento dos cofres dos Estados europeus. Então, a saída era acumular ouro e prata através do comércio, que recebeu uma série de características para atender essa necessidade.
A balança comercial favorável ou colbertismo, para grande parte dos Estados a melhor forma de reunir riquezas, consistia em fazer com que o valor das exportações fosse sempre superior das importações, assim era mais vantajoso vender no mercado internacional do que comprar.
Incentivos as manufaturas: o governo estimulava o desenvolvimento de manufaturas em seus territórios, iniciando assim uma política que ficou conhecida como industrialismo. Como o produto manufaturado era mais caro do que as matérias-primas ou gêneros agrícolas, sua exportação era certeza de bons lucros.
Portugal e Espanha foram os únicos Estados que não incentivaram o industrialismo, e sim praticaram o colonialismo. A posse das colônias, localizadas em regiões de clima tropical permitia equilibrar a balança comercial.
Protecionismo alfandegário: os governos aplicaram uma política protecionista sobre sua economia, favorecendo a exportação e desfavorecendo a importação, usando altas tarifas alfandegárias. Eram criados impostos e taxas para evitar ao máximo a entrada de produtos vindos do exterior. Era uma forma de estimular a indústria e manufaturas nacionais e também evitar a saída de moedas para outros países.
No entanto enriquecer o estado e fortalecer o poder real era um objetivo geral compartilhados por todas as potências européias, mas havia variações no modo de aplicar o mercantilismo.
A Espanha adotou o metalismo metalista e enriqueceu com o ouro e a prata, explorados no continente americano, mas como não desenvolveu o comércio, a agricultura e a indústria, passou a importar produtos pagos com ouro e prata. Como as importações superavam as exportações, a economia espanhola no século XVII, entrou numa crise que durou um longo período.
Portugal foi o país que demonstrou maior flexibilidade na aplicação do mercantilismo. No século XVI, com a descoberta do caminho marítimo para as Índias, pôs em prática o mercantilismo comercial, comprando e revendendo mercadorias do Oriente. Com a exploração das terras americanas, se tornou o pioneiro do mercantilismo de plantagem, baseado na produção destinada ao mercado internacional. No século XVIII, com o ouro de Minas Gerais, praticou o mercantilismo metalista. Com a crise do ouro, surgiu o mercantilismo industrial, com a produção de artigos destinados ao abastecimento do mercado colonial.
Na França o mercantilismo estava voltado para o desenvolvimento de manufaturas de luxo para atender ao mercado espanhol e procurou expandir suas companhias de comércio, bem como a construção naval. Essa política econômica ficou conhecida como mercantilismo industrial.
Referências:
VICENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História geral e do Brasil. Editora Scipione
COTRIM, Gilberto. História Global Brasil e geral. Editora Saraiva
HUNT, E. K. História do Pensamento Econômico. Disponível em: <http://www.infoescola.com/economia/mercantilismo/> acesso em: 17/08/2015
Toda Matéria. Disponível em: < http://www.todamateria.com.br/mercantilismo/> acesso em 17/08/2015
PEDRO, Fábio Costa; CAULON, Olga M.A. Fonseca. Mercantilismo. Disponível em: <https://www.algosobre.com.br/historia/mercantilismo-o.html> acesso em 17/08/2015.